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Maysa Leão cobra votação do Plano Diretor de Arborização Urbana de Cuiabá

Maysa Leão cobra votação do Plano Diretor de Arborização Urbana de Cuiabá

Ana Cláudia Fortes – Assessoria vereadora Maysa Leão

Durante a sessão desta quinta-feira (13), a vereadora Maysa Leão (Republicanos) fez um pronunciamento contundente na Câmara Municipal de Cuiabá em repúdio à fala do vice-prefeito de Várzea Grande, Tião da Zaeli (PL), que afirmou que “mulheres emocionalmente despreparadas não deveriam entrar para a política”. A declaração foi feita pelo vice-prefeito à imprensa, quando perguntado sobre os recentes casos ocorridos com a presidente da Câmara de Cuiabá, Paula Calil (PL), com a  prefeita de Várzea-Grande, Flávia Moretti (PL), e a deputada estadual Janaína Riva (MDB) que denunciaram atos recentes de violência política de gênero.

Maysa classificou a fala como “infeliz e misógina” e declarou solidariedade às parlamentares e à prefeita. “Isso sempre acontece quando uma mulher se posiciona para denunciar a violência política de gênero. É justamente por isso que essa lei existe, porque essa violência é uma constante nos nossos parlamentos, nas entrevistas e nas falas de quem ocupa cargos públicos”, afirmou a vereadora.

Em seu discurso, Maysa destacou o duplo padrão de julgamento entre homens e mulheres na política. “Quando uma mulher é incisiva numa tribuna, ela é chamada de histérica, de louca, de desequilibrada. Quando um homem é incisivo, é considerado firme e propositivo. Isso é misoginia, e a fala do vice-prefeito serve de exemplo de desqualificação do posicionamento das mulheres”, argumentou.

A parlamentar convidou Tião da Zaeli a buscar letramento sobre machismo, misoginia e violência política de gênero, lembrando que Mato-Grosso lidera os índices nacionais de feminicídio e estupro de vulneráveis.

“Ele vive em um Estado que é campeão em feminicídios. É preciso compreender que, quando uma mulher ocupa um espaço de poder, ela não está tomando o lugar de um homem, mas sim ocupando o espaço que deve ser ocupado por mulheres, retratando uma representatividade real. Nosso sonho é ter um parlamento com equidade, que reflita a sociedade: metade homens, metade mulheres”, defendeu.

Maysa também citou o recente caso de violência política sofrida pela deputada estadual Janaína Riva, destacando que “o que aconteceu com ela jamais aconteceria com um homem”.

“Falar sobre o corpo de uma mulher, tentar ferir sua dignidade e sua família é algo que nós, mulheres na política, enfrentamos com frequência. É por isso que feminicídio não é homicídio: as mulheres são mortas por serem mulheres, e a raiz disso está nesse tipo de pensamento que configura o machismo estrutural e tenta nos silenciar”, afirmou.

A vereadora encerrou o discurso convocando os parlamentares homens a protagonizarem o enfrentamento à violência contra mulheres e crianças, todos os dias, ressaltando que podem atuar já nos próximos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, que começam neste mês de novembro. 

“Até quando nós, mulheres, vamos lutar sozinhas? Está na hora dos homens se posicionarem por nós e conosco. Que eles encabecem esse movimento e parem de desqualificar mulheres. Em um Estado tão violento contra nós, precisamos de homens aliados, não de discursos que reforcem a desigualdade”, concluiu.

Fonte: Câmara de Cuiabá – MT


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